É comum vermos peças de teatros e filmes que foram inspirados em livros — que por sua vez já são famosos e venderem milhares de exemplares. Mas e o contrário? “Querido Evan Hansen” foi indicado a nove Tony Awards em 2017 e levou seis estatuetas, entre eles melhor musical, melhor trilha e melhor ator. Eu estava em Nova York no dia da premiação: pessoas dormiam na porta para conseguir ver a peça.

E foi por causa do sucesso nos palcos que a história ganhou um livro. A adaptação para a literatura segue o esquema normal de narração, com parágrafos e diálogos. Não precisa ter medo de abrir as páginas e se deparar com “Ato 2, cena 3. Personagem se aproxima da mesa…”. É narração mesmo, no esquema mais simples.

A trama conta a história de um menino que era muito tímido, excluído na escola e que não conseguia fazer amigos. Na terapia, ele foi instruído a escrever cartas a si mesmo contando o que te legal aconteceu no dia. Uma delas é extraviada e vai parar na mão de um aluno que sofre um destino trágico. Em meio ao caos, a família dele acaba achando que Evan era o melhor amigo do garoto.

Em vez de desmentir essa loucura, Evan passa a gostar da atenção e também não vê maneira de dizer que tudo não passava de uma mentira. Uma confusão sem fim que aflige quem assiste, destaca problemas sérios na vida dos adolescentes que são negligenciados e, vez ou outra, tem um toque de humor. .