Em minha época de COSMOPOLITAN, trabalhei brevemente com a Laís. Ela é jornalista, formada pela UNESP e especialista em Mídia, Informação e Cultura pela USP. Em 2017, lançou o livro “A infância dos dias” (Laranja Original) e é sobre essa experiência que conversamos nessa entrevista.
Você é jornalista. Sempre sonhou em escrever um livro?
Laís: O trabalho com a palavra é o elemento comum do jornalismo e da literatura. Um primeiro livro de crônicas fazia então todo sentido. Mas, antes, ser leitora foi o que me despertou a vontade de também escrever, e isso ainda na infância, quando acumulava leituras organizadas em listas.
Como foi a sensação de ver seu projeto impresso e nas mãos?
Laís: A emoção é inevitável. A epígrafe que escolhi traz Hilda Hilst dizendo “pecaminosa maravilhança isso de dar ao moloso do pensamento forma dura”. Ainda mais o “A infância dos dias” que precisa ser visto com as mãos por conta de sua textura e a delicadeza da serigrafia.
De onde veio sua inspiração?
Laís: A inspiração foram as infâncias possíveis, recuperadas da memória ou aquelas que sabemos só de imaginar. Ao resgatar essa porção de infância que nos habita, as histórias me extrapolam: são minhas, mas também de ninguém e de todo mundo.
Qual a grande dificuldade de alguém que quer escrever um livro aqui no Brasil?
Laís: A grande dificuldade são os processos: a seleção das editoras ou a autopublicação, o mercado, o leitor. Mas, o mais difícil sempre serão os começos.
Se você fosse escolher um livro para ler para sempre, qual seria?
Laís: Quero ler para sempre as histórias que ainda não foram inventadas e só existem (ainda) na imaginação. Afinal, seria um desastre uma vida feita só de realidade, não é mesmo?