Um sucesso é um sucesso. Marc é considerado o autor francês mais lido da atualidade, sabia? Ele já vendeu mais de 40 milhões exemplares e teve suas obras traduzidas para diversos idiomas. Uma delas, inclusive, chegou aos cinemas. “E se fosse verdade…” ganhou as telonas com uma dupla de peso de protagonistas: Reese Witherspoon e Mark Ruffalo.
Conversei com Marc durante sua passagem pelo Brasil para a divulgar “PS de Paris” na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Simpático, ele contou um pouco de como constrói suas histórias e o que aconteceu no dia que visitou o set de gravação do filme inspirado em sua obra.
Li que você é o autor francês mais lido da atualidade. Como se sente em relação a isso?
Muito feliz. Para ser honesto, quando estou me barbeando pela manhã não é a primeira coisa que vem a minha cabeça, nem quando estou fazendo o café da manhã da minha filha. Mas quando você me conta, fico muito feliz. Sou muito grato, sortudo e privilegiado por todos os leitores que tenho ao redor do mundo.
De onde vem a inspiração para suas histórias?
Da vida. O trabalho de um autor começa com observação. Você não faz ideia como pequenos detalhes dizem muito sobre as pessoas: o jeito que se vestem, como se portam, como cortam o cabelo… Têm centenas de formas de nos expressar. Autores têm que observar, mas não julgar. O que é bem diferente. Aí você mistura todas essas formas de expressão e transforma em um personagem da ficção.
Até pedaços da sua personalidade você coloca nos personagens?
Sim. É muito difícil não ser parte da história que você está escrevendo, pois acaba transferindo suas emoções. Tem sempre algo que o leva a escrever de certa forma. Por exemplo: o último livro que eu escrevi é uma comédia sobre paternidade e sei que coloquei muito de mim e do meu pai no personagem principal, mesmo sem tentar. Ele tem diálogos que eu teria com meu pai, com meu filho…
“E se fosse verdade…” foi adaptado para o cinema, com Reese Witherspoon e Mark Ruffalo como protagonistas. Você participou da produção?
Eu escrevi o livro. Depois disso, te conto o quanto me envolvi. Fui convidado para um dia de filmagem. Conheci o Mark Rufallo e ele foi muito legal. Perguntei se poderia falar com a Reese e ele disse para eu ir com calma porque ela era muito ocupada e de difícil acesso. Mesmo assim, fui puxar conversa humildemente, disse que era o autor que inspirou a história. Ela foi muito legal e conversamos por 40 minutos. Voltei ao Mark e falei que ele tinha sido cruel, porque a Reese tinha sido muito querida ao me atender. Eis que ele me explicou que não estava falando com a Reese, e sim, com a dublê dela!
Você sempre quis ser escritor?
Não. Queria ser astronauta quando era pequeno, daí descobri que tinha vertigem. Depois quis ser médico, mas sou muito ruim em matemática. E você tem que ser bom com números para ser um médico, não sei o motivo. Nunca vi um médico fazendo equação! Daí me tornei escritor e posso ser médico ou astronauta sempre que quiser!