Devo ter lido 98% dos livros da Abbi Glines — costumo recomendá-los para todo mundo. Por isso, fiquei muito feliz em poder entrevistá-la durante sua passagem por São Paulo. Se não conhece nenhum livro da autora, ao terminar esse papo procure por Paixão Sem Limites.
Todas as mulheres das suas histórias são muito fortes. Você quer que elas inspirem outras mulheres?
Claro. Venho de uma família de mulheres muito fortes e independentes. Não gosto da ideia de depender de ninguém, tenho que resolver meus problemas por conta própria. Se o cara quiser me ajudar, ótimo, mas não preciso. Nunca pense que alguém vai com certeza te ajudar, porque pode ser que isso não aconteça. Já vivi isso e, por sorte, fui forte o suficiente para conseguir lidar. Acho que nunca conseguiria escrever uma personagem mulher que não fosse capaz de cuidar de si mesma.
De onde vem sua inspiração para escrever os homens de suas histórias?
Quando crio um personagem masculino, ele não é baseado em ninguém que eu conheça. Várias leitoras já me falaram que eu arruinei todos os homens porque não encontram ninguém como eles. E não vão achar, porque isso é fruto da minha imaginação. Eu mesma nunca conheci um cara assim.
Então criar esses personagens não impediu que você se apaixonasse por um homem real, por exemplo?
Não. Sempre soube que esses caras não eram de verdade. Mesmo quando li Orgulho e Preconceito, aos 13 anos, sabia que não tinha um sr. Darcy solto por aí. Isso é parte da fantasia de um romance.
Suas histórias acontecem com diferentes tipos de pessoas e lugares. Você viveu nesses ambientes? Como consegue retratar universos tão diferentes?
Não tenho uma resposta para isso, porque as histórias vêm a minha cabeça e nunca sei onde elas vão acontecer. Não paro e penso: “Está bom, vou escrever sobre um rock star”. Não é assim que funciona. Por exemplo, originalmente não queria que Rush ficasse com a Blair. A ideia era que ela ficasse com o Grant. Estava pensando em um cara insuportável, mimado, rico, cheio de tatuagem para a trama e comecei a imaginar qual seria a vida dele. Foi aí que surgiu o filho de rock star. Minhas ideias vêm de vários lugares. Posso ter escutado a frase de uma música, visto algo na TV…
Você sempre quis ser escritora?
Sim. Tenho um irmão 7 anos mais velho que eu que sempre tinha histórias interessantes para contar na mesa do jantar. Como as minhas não eram, comecei a inventar. Tenho uma boa imaginação. Quando terminava, minha mãe falava que não era verdade. Então ela me deu um caderninho e me falou para parar de contar as questões como se fossem verdade e, em vez disso, escrevê-las e criar histórias.
As séries Sea Breeze e Rosemary Beach têm vários títulos. Você gosta de escrever dessa forma, né?
Gosto porque sinto que começo a fazer parte daquela família. Com cada livro você pode revisitar diferentes casais e pessoas e é como se tivesse voltado para aquele ambiente que é familiar.
Qual seu livro preferido?
Orgulho e Preconceito. Foi o primeiro romance que eu li, quando tinha 13 anos, e me apaixonei pelo gênero. Não acho que tem como ficar melhor do que essa história. É sem dúvida o melhor que eu já li. É o que me inspirou a me apaixonar por romances e comecei a ler tudo o que podia depois disso.